quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Criação ou Evolução?

Autor: José Anunciação da S.F. Teólogo - E-mail: astrokolob@yahoo.com.br

Quase todo mundo acredita que fé e ciência sempre estiveram em uma constante guerra. Afinal, a história desse conflito é marcada por casos como o do filósofo Giordano Bruno, queimado vivo pela Santa Inquisição em 1600, e o do astrônomo Galileu Galilei, recolhido a prisão domiciliar até sua morte, em 1642.
A relação entre ciência e religião é extremamente complexa, varia conforme a época e o lugar. A reforma protestante, no século 16, de alguma forma foi mais uma abertura dos movimentos religiosos em relação a ciência. A Igreja Católica assumiu posturas contraditórias: por um lado, censurou teorias como o heliocentrismo ( o Sol no centro do universo ), defendida por Nicolau Copérnico e Galileu; por outro, financiou os primeiros estudos de astronomia. Galileu nunca deixou de ser católico e Copérnico era cônego, uma espécie de empregado administrativo do clero. A ciência pode comprovar Deus? 
O psicólogo canadense Steven Pinker, da universidade Harvard, nos EUA,  cientistas não podem acreditar em Deus. Ele é um especialista naquilo que se chama de psicologia evolutiva, ele enxerga na Teoria da Evolução motivos de sobra para descartar a possibilidade de Deus.  ¨ A seleção natural explica a vida em todas as suas peculiaridades.¨  O biólogo britânico Richard Dawkins concorda. Autor do livro Deus, um delírio (Companhia das letras), ele não se cansa de destacar que a teoria de Darwin está 100% comprovada, é inquestionável e fornece explicação para cada passo dado pela vida na Terra ao longo de muitos e muitos anos, desde as suas formas mais rudimentares até as mais sofisticadas e improváveis, como o cérebro humano. Não podemos presumir que Deus tenha feito alguma coisa só porque ela é complexa demais ou improvável¨, diz Dawkins. ¨Se foi Deus quem nos criou, estranho que tenha esperado 10 bilhões de anos até que a vida começasse a surgir e outros 4 bilhões para que fossemos capazes de cultivá-la. ¨ Há cientistas, porém, que não enxergam contradição alguma entre Deus e evolucionismo , nem entre milagre e comprovação científica. É o caso do médico e geneticista americano Francis Collins, ex-coordenador do Projeto Genoma. O homem que mapeou nosso DNA acredita que Deus não pertence ao mundo natural, está fora dele, e teria ativado o mecanismo de evolução das espécies no momento da criação. ¨O Deus da Bíblia é o mesmo do Genoma. Pode ser adorado tanto numa catedral quanto num laboratório. ¨ Muitas teorias surgiram e deram dor de cabeça a religiosidade dominante, mas nenhuma recebeu tanta crítica como a teoria de Darwin. A teoria da evolução acabou de vez com a idéia de que a vida foi criada por intervenção divina. Como a fé em Deus foi capaz de sobreviver? No princípio Deus ¨não¨ criou o homem e a mulher, ou, pelo menos não literalmente. Desde que foi formulada, em 1859, quando o naturalista britânico Charles Robert Darwin publicou A Origem das Espécies, a Teoria da Evolução jogou por terra a tese de que a vida precisou de intervenção divina para existir. A ¨perigosa idéia de Darwin, como a apelidou o filósofo americano Daniel Dennett, também pôs em dúvida outro conceito importante para muitas religiões: o suposto status especial do homem perante os demais seres vivos.  A maioria dos biólogos evolutivos, aqueles que estudam a origem e a evolução dos seres vivos, afirma que somos apenas mais uma espécie animal, com uma diferença decisiva em relação as outras: tivemos a sorte de desenvolver nossa capacidade mental, característica que fez do homem o mamífero de grande porte mais numeroso e bem-sucedido da Terra. Dá para conciliar esse fato com a afirmação de que fomos criados ¨A imagem e semelhança¨ de um Deus?  As respostas para essa pergunta complicadíssima variaram um bocado ao longo dos últimos 150 anos. Algumas igrejas cristãs mais antigas, como a Igreja Católica Romana e a Igreja Anglicana, acabaram decidindo que não dava para brigar com as descobertas feitas pela biologia evolutiva e passaram a interpretar os relatos da Bíblia sobre a criação do mundo como textos poéticos e alegóricos. Mas outros grupos, como as denominações evangélicas surgidas do século 19 em diante, insistiram na verdade literal das escrituras Sagradas. Considerando-as fontes confiáveis não só para temas espirituais mas também científicos. Estava aberta, portanto, a rota de colisão entre Igreja e Ciência?
A preocupação dos que queriam negar a teoria evolutiva da Darwin tinha a ver, pelo menos em parte, com a questão da autoridade da Bíblia; para eles, qualquer dúvida sobre a exatidão dos textos sagrados abriria brechas para questionamentos de todos os tipos. Muito mais complicado que isso, no entando, era conciliar a evolução com alguns aspectos essenciais da teologia cristã tradicional. O mais importante deles envolve o conceito de pecado original.  ¨Não vejo razão para que as opiniões expostas neste volume choquem os sentimentos religiosos de qualquer pessoa¨ (Sexta edição de A origem das espécies, livro de Darwin onde é exposto a biologia evolutiva)  O naturalista britânico tinha uma visão bem mais moderada da religião do que a defendida por alguns de seus seguidores modernos. Ele deixou de acreditar em Deus, mas não via motivo para que sua teoria fosse usada como arma contra a fé. A posição religiosa de Darwin na maturidade era o agnosticismo, ou seja, se considerava inacapaz de afirmar se Deus existia ou não.
O movimento criacionista (dos que acreditam na criação divina) surgiu no começo do século 20, nos EUA, como forma de combater o evolucionismo. Ele se divide em dois grupos: os defensores do Criacionismo da Terra Jovem e os que seguem o Criacionismo da Terra Antiga. Os primeiros acreditam que nosso planeta tem apenas alguns milhares de ano de idade e que o Universo foi criado em 7 dias por Deus. Para eles, erros de interpretação levaram os cientistas a acreditar que o cosmos tem bilhões de anos. Já os da Terra Antiga, como o próprio nome indica, aceitam as datas propostas pelos pesquisadores seculares, mas negam o processo evolutivo.                                                                                                                                 Vale a pena acreditar em Deus ou não?  E como fica a fé?  Acreditar em Deus tem um fator positivo, funciona como um conforto diante da inevitabilidade da morte.. Também emprestaria propósito à existência, pois nossa ¨passagem¨ pela Terra seria apenas uma das etapas a ser cumprida. Precisamos construir algo ao nosso redor que nos dê segurança¨, afirma o teólogo Jorge Claúdio Ribeiro, também professor da PUC de São Paulo. ¨Queremos entender e dar sentido a tudo que nos cerca. E a crença em Deus atende a essa necessidade elementar..¨Com o avanço experimentado por todas as áreas do conhecimento nos últimos 150 anos, a fé teve de se adaptar. Mas não deu qualquer sinal de fragilidade.Hamer, Denner e Dawkins concordam em pelo menos um ponto: a fé é uma característica humana, que provavelmente vai nos acompanhar até os fins dos tempos. Todo antropólogo, quando quer descobrir quão complexa é deterninada sociedade, dedica-se logo a estudar a religiosidade daquele grupo. A crença em alguma força ou ser superior, para a antropologia, é sinal de civilização.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Deus, uma hipótese ou realidade?

Você sabia que as três grandes religiões monoteístas, cristianismo, judaísmo e islamismo juntos, seus devotos somados contam mais de 50% da populaçlão mundial? E todos os ensinamentos de fé das três grandes religiões existentes, apontam a existência de um único ser supremo.
Algumas mentes brilhantes no campo da ciência e filosofia rejeitam a ideia de um criador, um Deus soberano e amoroso. O filósofo americano Daniel Dennatt diz que a crença em Deus já não tem funções positivas. Hoje, ela é só um obstáculo ao desenvolvimento. Quando perguntado como seria a humanidade se a crença em Deus simplesmente não existisse, ele falou em alto tom: seria mais feliz, menos torturada pela culpa.
                                           O psicanalista austríaco Sigmund Freud disse que quando a civilização conseguisse atingir seu desenvolvimento completo e maturidade psíquica, ela descartaria os mecanismos infantis alienantes, que desviam a percepção da realidade, e são provocados pela religião. Para o psicanalista, a religião infantiliza as pessoas e as arrasta para prováveis delírios. Freud afirmava que a religião da ao homem apenas a ilusião de felicidade.
O zoólogo britânico Richard Dawkins é ateu até na sombra. Ela afirma categoricamente autor do livro Deus, um delírio é ateu convicto, Dawkins também usa a seleção natural para concluir que a existência de uma divindade criadora e mantenedora é impossível Sua crítica a Deus como o criador das leis do universo tem a ver com complexidade e improbabilidade. Segundo Dawkins, sabemos que o objeto mais complexo do universo conhecido, a mente humana, surgiu por meio da seleção natural. Portanto, seria absolutamente improvável que coisas tão sofisticadas surgissem de repente, sem antecedente nenhum, como se tivessem sido criadas pelo sopro divino narrado nas escrituras. Para Dawkins, a idéia de que Deus sempre existiu, tendo emergido por si só de alguma forma, é tão improvável ¨quanto uma rocha se transformar instantaneamente numa pessoa¨.                                                                                                                                                        Carl Sagan ( 1934-1996), astrônomo americano, perguntou-se certa vez porque o Todo-poderoso não quis deixar provas mais claras de sua existência, como uma inscrição gigante dos 10 mandamentos na lua, por exemplo. E ele mesmo dizia: ¨ausência de evidência nem sempre é evidência de ausência¨.
                                        O cientista mais brilhante da era moderna Albert Einstein, ele mesmo se dizia ¨profundamente religioso¨, preste atenção no que sempre ele escrevia aos amigos sobre Deus e religião. ¨Não creio em um Deus pessoal¨, escreveu em 1954. Para ele, só os ingênuos são capazes de aceitar a idéia do criador de características humanas, onipotente e onisciente, comum as grandes religiões monoteístas.
Voltaire, filósofo e iluninista frances ( 1694-1778) disse: ¨Deus é um comediante atuando diante de uma platéia assustada demais para rir.¨
Mahatma Gandhi, líder político e espiritual indiano ( 1869-1948) ¨Deus não tem religião¨
Acreditar ou não acreditar em Deus, uma pergunta difícil de responder perante os avanços científicos e tecnológicos. Mas a maioria da humanidade sempre pende para o argumento que crer no Deus criador de tudo traz muitas vantagens para o ser humano. Precisamos de Deus Pai e seu Filho Jesus Cristo para dar um sentido a nossas vidas, as nossas ansiedades e medos. Muitos homens brilhantes e famosos atestam a necessidade do divino em nossas vidas. O escritor irlandês C.S.Lewis ( 1898-1963), um dos intelectuais mais influentes do século 20, assim ensinou: intervenção divina seria a única explicação para o que ele chamava de ¨moralidade universal¨. Um padrão de comportamento que permeia a humanidade, independentemente de diferenças culturais e religiosas entre os povos.
¨Deus sussurra em nossos ouvidos na prosperidade, mas, como somos maus ouvintes, não escutamos¨, costumava dizer. ¨Então, Ele gira o botão do amplificador por meio do sofrimento. Aí, finalmente ouvimos sua voz.
Não podemos deixar que argumentos, frases ou ensinamentos de pessoas, por mais brilhantes e intelectuais que sejam, abalem os alicerces da nossa convicção no Deus existente, Deus Todo-poderoso e muito menos em seu Filho Jesus Cristo. Jamais um ser humano por mais que seja inteligente ao extremo neste mundo, conseguirá criar a mente de um ser pensante. Nossa mente é a criação mais complexa do universo e para desenvolve-la ou organiza-la somente um Deus sapiente e Todo-poderoso poderia ousar. Deus existe absolutamente independentemente se o mundo inteiro gritar ao contrário.
Os Pilares da Fé
Cristianismo – É um Deus formado por três entes: Pai, Filho e Espírito Santo. O primeiro não tem forma, mas é descrito com atributos humanos. O segundo é Jesus. O terceiro é o Espírito santo. Deus é o criador de tudo. Depois de criar Adão, o primeiro homem, tirou dele uma costela e transformou-a em Eva, a primeira mulher. Foram expulsos do paraíso por terem transgredido a lei divina. Os cristãos não acreditam em reencarnação, mas acreditam na vida pós morte.
Judaísmo – Os judeus acreditam que existe somente um Deus, cujo nome ( YAHWEH ) não deve ser pronunciado.É onipotente, onipresente e onisciente. Observa as ações de todos e conduz o destino da humanidade. Deus criou o mundo em 6 dias e descansou no sétimo dia. Deu vida ao homem a partir do barro, com um sopro divino. Os judeus não acreditam em reencarnação. Para algumas correntes do judaísmo a alma fica aguardando o julgamento no dia do juízo final. Outras correntes acreditam que a alma é julgada imediatamente após a morte.
Islamismo – Os muçulmanos acreditam que só existe um Deus: Alá, tão perfeito que não se pode defini-lo. Ao observar a natureza é possível reconhecer seus atributos: bondade, justiça, etc. Alá é o criador de tudo, inclusive do bem e do mal. Cada detalhe do mundo e da vida é fruto da vontade Dele. Os seres humanos por serem suas criaturas, devem se submeter à vontade divina. Não existe a idéia de reencarnação mo islamismo. Mas os fiéis acreditam que o indivíduo depois de morto, fica aguardando o juízo final.
Budismo – Alguns budistas reconhecem a existência de seres sobrenaturais, mas não acreditam em um espírito supremo que governa o mundo. Seguem o exemplo da sabedoria dos Budas ( pessoas iluminadas). Se não existe um criador, não existe criação. Ou melhor, existe, mas ela é cíclica. Não tem começo nem fim e é parte da roda de sofrimento a que todos os seres humanos estão ligados pelo renascimemto. Toda a vida continua, seja sob a forma humana, divina ou animal. Tudo depende do comportamento na vida anterior.